O público via o sucesso das novelas, mas uma trama cheia de reviravoltas se arrastou durante anos em seus bastidores. Após dois anos de trnasmissões, em 1985, ocorreu a primeira crise, mesmo com o sucesso de "Dona Beija", os funcionários entraram em greve, pelo não pagamento de salário.Em 1990, nem os 40 pontos de audiência de "Pantanal" foram suficientes para impedir que o Banco do Brasil embargasse os bens do canal 9 para garantir o pagamento da divída de US$ 60 milhões. A crise da emissora tornou-se pública em julho de 1993, quando uma nova greve fez a Manchete ficar algumas horas fora do ar. A volta da transmissão do carnaval carioca, ameniza um pouco, mas a situação se agrava ano após ano. O Banco do Brasil embarga novamente os bens da TV Manchete e as emissoras que desapareceram ou passaram a pertencer ao SBT, Bandeirantes, Record e CNT fragilizaram ainda mais as estruturas, mas não impediu a emissora de construir cidades cenográficas e a produtora Bloch Imagem e Som, retomando assim a produção de novelas, sob a supervisão do recém contratado diretor Walter Avancini, mas a primeira trama dirigida por ele, "Mandacaru", não teve audiência.
Aos trancos e barrancos a Manchete continuava suas transmissões e os programas "Márcia Peltier Pesquisa" e "Raul Gil" faturavam, mas vendo a situação piorar dia após dia, os apresentadores Márcia Peltier e Raul Gil deixaram a emissora. As novelas sempre foram uma luz no fim do túnel e o desespero fez a emissora do grupo Bloch apostar todas as suas fichas na novela "Brida, baseada no romance homônimo do escritor Paulo Coelho. A trama teve início em agosto de 1998 e fracassou, mal avaliada pela crítica e os dois pontos de audiência fizeram o diretor Walter Avancini a cogitar cenas de sexo grupal para nudar esses números, mas não teve jeito, sem dinheiro em caixa para pagar os funcionários, a novela teve que ser encolhida. A iniciante Carolina Kasting,a protagonista, Rubens de Falco, Leonardo Vieira e os demais atores e técnicos se recusaram a antecipar o final da novela, a saída foi narrar o último capítulo, que foi ao ar no dia 23 de outubro. A programação ficou seriamente prejudicada e nem a reprise de "Pantanal", uma semana após o final de "Brida", reverteu situação.
Os rumores de venda, que existiram desde a inauguração da TV Manchete, ficaram mais fortes em janeiro de 1999, quando ela foi arrendada pela Igreja Renascer, comprou todos seus horários e a gerenciava, além de controlar as rádios Manchete am e fm desde 1998. Esse acordo chegou ao fim em maio de 1998 pelo não pagamento da Renascer. Almícare Dallevo Júnior, dono da produtora Tele TV, demonstrou interesse em comprar a falida TV Manchete. A compra, sem licitação foi aprovada, e Dallevo assumiu as dpividas com o governo e deu estabilidade de 90 dias aos 1.600 funcionários, mas depois "devolveu" 1.300 trabalhadores. Na ocasião da venda, a Manchete foi dividida em duas partes: a primeira ficou com a TV Ômega (razão social da Tele TV), e a outra parte com a Hesed Participações que assumiu as dívidas com bancos e fornecedores e o patrimônio.
A "TV do Ano 2000", ironicamente não chegou ao século 21 e seu fim em muito lembra o drama vivido pela TV Tupi, que em seus últimos dias não pagava seus funcionários e uma novela ficou pela metade. Foram três motivos da falência:
Primeiro: Má gestão;
Segundo: Falta de conhecimento para gerenciar uma televisão;
Terceiro: Utilização de capital proveniente de empréstimos.
O advogado José Dias, que prestou serviços a TV Excelsior concorda. Segundo ele a escolha de Pedro Jack Kapeller, o Jacquito, sobrinho de Adolpho Bloch que nada entende de televisão para gerenciar a Manchete, foi uma decisão desastrosa.
As três emissoras que figuram a história da televisão brasileira possuem traços semelhante: muito entusiasmo, inovações e administrações desastrosas que as levaram ao caos, é como colocar um quitandeiro para administrar um hospital, as chances de dar errado são enormes
Fontes:www.manchete.net; www.telehistoria.com.br
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
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