Os seriados policiais parecem eternos, pois são recheados de intrigas, mistérios, além de ter um romance de leitura fácil, um exemplo de seriados policiais foi A Justiceira e Plantão de polícia.


Ciranda cirandinha foi o primeiro seriado que Daniel fez na
Tv Globo, a partir de uma frase de John Lennon que naquele momento era um senso de oportunidade para o momento. A frase era: “o sonho acabou” e Daniel acrescentou com “mas papai tinha razão”.

Ciranda foi um seriado que atingiu diretamente o público jovem, e com isso fazia com que seus pais entendessem um pouco mais sobre seus filhos já que o assunto da droga estava presente, mas muito subliminarmente, pois naquela época era proibido tal assunto.Domingos de Oliveira teve uma ótima idéia de colocar todos os personagens morando no mesmo apartamento já que isso acontecia muito na metade dos anos 70, eram 4 personagens fixos amigos, dois homens ,Fábio Júnior e Jorge Fernando e duas mulheres, Denise Bandeira e Lucélia Santos.O seriado teve oito ou nove episódios , e era mensal, ainda estavam aprendendo a fazer, portanto era muito difícil elaborar os scripts que era feito por três ou quatro pessoas , esses seriados eram muito caros e deram certo na época em que a Globo tinha aquela hegemonia total, custavam muito caros , já que precisava de uma equipe toda dedicada somente para aquilo.
Daniel começou a tomar gosto por seriado, mas queria fazer uma coisa brasileira e não espelhado nos seriados norte americanos, foi assim que nasceram “Carga Pesada e Malu Mulher” .


Carga Pesada foi inovador pois naquela época a paisagem brasileira não estavam na moda e muito menos as músicas caipiras não tinham a projeção que tem hoje, assim como o cenário de “Plantão de polícia” eram os apartamentos dos personagens de Hugo Carvana e Denise Bandeira, curiosamente o cenário de Carga Pesada era a boléia do caminhão, feita dentro do estúdio, já que uma grande parte os personagens teria que passar lá, pois já era o cenário fixo deles, já em Malu mulher, eram gravados um episódio em dois dias , pois 70% dele se passava dentro do apartamento de Malú, com os personagens fixos.
Em 1980, Daniel produziu Armação ilimitada que era um seriado bastante humorado,depois fez Confissões de adolescentes,
que faziam um paralelo com ,situações que os personagens estavam vivendo, mas que as vezes eram pessoas que não tinham nada a ver com aquelas situações.
A vida como ela é de Nelson Rodrigues, a nossa maior dificuldade era contar bem a história em sete ou oito minutos, já que Nélson Rodrigues é um monstro sagrado, mas Euclydes Marinho acertou na “mosca”.
A Justiceira foi um seriado oportuno, nada mais além do que uma imitação dos americanos, mas Daniel queria ver se sabiam fazer um bom policial, já que tinham que seguir as riscas todo um Storyboard, profissionais estrangeiros, como dublê, efeitos especiais... enfim parecidas com os policiais que as pessoas são acostumadas a ver na T.V, foi um papel carbono bem divertido!
Logo após Daniel produziu “Mulher”, onde os temas variavam desde psicológicos e ginecológicos, até situações que envolviam brutalidade com a mulher. Uma das histórias passava-se fora da clínica, cenário fixo do seriado.A história era oportuna , como todas as histórias com mulheres são na televisão, pois elas são o maiôs público, seu medo era que os homens rejeitassem o seriado, com ódio de estarem sendo responsabilizados por muitas coisas que eram tradicionalmente culpa da mulher, como frigidez.
Mas Daniel usou outros personagens como um enfermeiro negro e as enfermeiras, que foi inspirado por um filme de Harrison Ford que ele assistiu, com isso o seriado agradou o lado masculino também, e acabou – se transformando em uma verdadeira “aula de medicina”, onde muitos telespectadores passaram a freqüentar com mais regularidade os médicos, devido a influência do seriado, mulheres que tinham vergonha de ir ao ginecologista , já ia deixando isso no passado.
http://www.youtube.com/watch?v=FkZQoKioFM4
Cininha de Paula que também era médica, começou a dirigir as cenas dentro do campo cirúrgico, Daniel dirigiu no máximo umas duas vezes ainda depois ela ficou fixa.Daniel queria a luz e a atmosfera do filme Tucker de Coppola, , mas o assunto era sério para a iluminação que ele desejava então foi totalmente ao inverso do seu pensamento, mas nem por isso o desagradou, a iluminação do seriado tinha uma difusão que tornavam as coisas agradáveis de se ver .
Daniel encerra com a frase “Uma coisa é você passar entretenimento, informações importantes, identificar o povo com o que está se fazendo;outra é jogar o povo para baixo, deprimi- lo, fazer o espectador sair, desligar a TV e não dormir direito”.
Fonte:O circo eletrônico- fazendo TV no Brasil
2 comentários:
Bom recordar o Ciranda, Cirandinha.
Mas não se prenda tanto ao livro do Daniel Filho. A história da TV é mais ampla e mais dialética...
Arnação Ilimitada entrou no ar em 1985... cuidado...
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